terça-feira, 26 de junho de 2018

Pastos e forrageiras nativa para caprinos



Mantenha uma área de reserva legal obrigatória e proteja outras áreas de preservação permanente que existam na propriedade, como as nascentes e as encostas.

No período de chuvas, os animais devem se alimentar nas pastagens nativas porque é nessa época que a vegetação apresenta a maior produção de forragem, bem diversificada e com alto valor alimentício – a forragem natural, por ser dada pela natureza, é o alimento mais barato que existe para os ovinos e caprinos. É preciso tomar os seguintes cuidados para preservar os pastos nativos:

• Os ovinos e caprinos não devem ser colocados para pastar na caatinga, ou em outro pasto nativo, logo após as primeiras chuvas, mesmo que a vegetação já esteja toda verde – tem que dar tempo a ela se recuperar, crescer mais um pouco e oferecer maior quantidade de folhagem para os animais.

• Até que isso aconteça, a alimentação deve continuar a ser feita com os tipos de alimentos que vinham sendo dados no final da seca (capins cultivados, feno, silagem, palma etc.)

• Havendo condições, o produtor deve dividir a área de caatinga em, pelo menos, três cercados, deixando cada um deles, alternadamente a cada ano, reservado para ser usado pelos animais na época seca isso ajuda a preservar a biodiversidade da vegetação nativa.

• Deve, sempre, ser colocada para pastar no pasto nativo uma quantidade de animais que não prejudique a vegetação nativa – esse número deve ser reduzido nos anos de chuvas mais fracas.

• Em alguns tipos de caatinga é possível aumentar a capacidade da caatinga alimentar os ovinos e caprinos. As principais técnicas usadas para isso são:
1. Raleamento
2. Rebaixamento
3. Enriquecimento
No raleamento são retirados, em cerca de 80% da área, os arbustos e árvores de baixo valor forrageiro, deixando luminosidade e espaço para que a produção das plantas mais baixas (herbáceas) aumente.
No rebaixamento, a vegetação é podada a uma altura de 40 cm do solo, forçando uma rebrota abundante e a formação de uma nova copa, com altura mais acessível aos ovinos e caprinos.

O enriquecimento consiste na introdução, na caatinga, de capins e leguminosas de grande valor forrageiro para os ovinos e caprinos – para isso, se faz um raleamento em 10 a 15% da área a ser enriquecida e se semeia com as espécies mais adaptadas à região. O enriquecimento é uma técnica que pode ser usada, também, em pastos nativos dos pampas, dos cerrados, da Amazônia etc., Cada um deles utilizando espécies que se adaptem ao seu ambiente.

Principais forrageiras nativas

Entre todas as regiões do Brasil, é no semiárido nordestino que os pastos nativos apresentam maior importância para a ovino-caprinocultura, já que essa atividade é predominantemente explorada em sistemas extensivos. Nas demais regiões, embora alguns pastos nativos ainda sejam utilizados, essa alternativa está desaparecendo
Manejo Básico de Ovinos e Caprinos 47 rapidamente, com a vegetação nativa sendo substituída por espécies introduzidas.
Entre as principais espécies nativas e naturalizadas da caatinga utilizadas para alimentação de ovinos e caprinos, podem ser citadas:

Resultado de imagem para Mata-pastoCatingueira – árvore leguminosa, também conhecida como “pau-de -rato”, é uma das mais rústicas da caatinga. Não é muito apreciada pelos ovinos e caprinos. As primeiras folhas são comidas com avidez, mas, à medida que envelhecem, as folhas se tornam mais duras e de cheiro e sabor desagradáveis para os animais que as rejeitam. Quando secam e caem, voltam a ser procuradas pelos animais  que as consomem como um feno. Comem também as vagens achatadas e pontiagudas que caem junto com as folhas, que muitas vezes perfuram os seus intestinos. Oferece lenha de primeira qualidade e estacas para as cercas.


Mata-pasto – leguminosa (produz vagens) rasteira anual da caatinga, muito comum em áreas cultivadas, capoeiras, margens de estradas, proximidades de currais etc. Quando verdes, suas folhas são rejeitadas pelos animais por serem amargas. Quando secas ou fenadas, são muito apreciadas pelos ovinos e caprinos.







Resultado de imagem para FaveleiraFaveleira – árvore de porte médio a alto, encontrada geralmente em solos rasos e pedregosos da região semi-árida. Apresenta espinhos em suas folhas, as quais, quando secam e caem ao chão, são comidas pelos ovinos e caprinos. O feno da folha da faveleira chega a conter 18% de proteína.




Resultado de imagem para planta Camaratuba
Camaratuba– leguminosa perene da caatinga, de alto valor nutritivo, com cerca de 18% de proteínas nas folhas. É um arbusto que cresce até dois metros. Por ser muito apreciada pelos animais, está cada vez mais difícil de ser encontrada.










Resultado de imagem para MororóMororó – Árvore leguminosa da caatinga, de pequeno a médio porte, de valor forrageiro, medicinal e melífico, conhecida, também, pelo nome de “unha-de-vaca”. Ovinos e caprinos consomem muito bem suas folhas, com alto teor de proteínas, e seus ramos. Pode ser plantada para formar “banco de proteínas,” mas seu crescimento é mais lento do que o da leucena ou da gliricídia.





Juazeiro – é uma árvore de grande porte que produz uma grande massa de folhagem, rica em proteínas, bastante apreciada por ovinos e caprinos Nos períodos secos do ano, os produtores costumam cortar seus galhos para oferecer as ramas aos animais debaixo da sua enorme sombra. Seus frutos são bastante consumidos pelos animais.







Resultado de imagem para Melancia-de-cavaloMelancia-de-cavalo – também conhecida como melancia-de-porco e maxixão, é uma planta que, apesar de originária da África, se adaptou muito bem às regiões secas do Nordeste do Brasil, sendo, por isso, considerada uma planta naturalizada. Chega a produzir, sem maiores tratos culturais, mais de 20 toneladas de frutos por hectare, em um ciclo em torno de 90 dias. Os frutos da melancia forrageira são bastante resistentes após o seu amadurecimento, podendo ser armazenados no próprio campo, onde os ovinos e caprinos os consomem, geralmente na época da seca. Os animais respondem bem ao consumo da melancia nos períodos mais secos porque ela tem 90% de água e porque ingerem, além da polpa, quantidades razoáveis de sementes (30% de proteína), abundantes nos frutos.


Resultado de imagem para planta ManiçobaManiçoba – é um arbusto nativo da caatinga e parente bem próximo da mandioca (é conhecida também com o nome de mandiocabrava). É altamente tolerante à seca, rebrotando rapidamente com as primeiras chuvas, florando, frutificando e perdendo as folhas logo em seguida. A maniçoba, quando consumida pelos animais na sua forma natural, libera uma substância tóxica chamada ácido cianídrico, que pode causar a sua morte. Este ácido, entretanto, se evapora facilmente quando a maniçoba é triturada e exposta ao sol para secar por um dia. É umas das poucas plantas da caatinga que já estão sendo cultivadas pelo ovino-caprinocultor para produção de feno e silagem. Possui 21% de proteína em suas folhas e chega a produzir anualmente mais de 5 toneladas de forragem seca por hectare.

Resultado de imagem para Jurema pretaJurema preta – árvore leguminosa de porte pequeno a médio, muito abundante na caatinga, que apresenta crescimento rápido e produz uma boa quantidade de massa verde, com cerca de 14% de proteínas. Não é muito bem aproveitada nutritivamente pelos ovinos e caprinos devido ao alto teor de taninos que possui nas folhas. Também produz madeira para cercas e lenha de boa qualidade.






Resultado de imagem para UmbuzeiroUmbuzeiro – é considerada como a árvore mais importante de toda a caatinga, pela sua beleza, porte, produção de frutos, produção de forragem e sombra. As raízes produzem “batatas” que acumulam reservas responsáveis pela sua alta tolerância aos períodos de seca. São usadas também como alimento humano e como remédio. Os frutos e as folhas caídos ao chão são muito apreciados por ovinos e caprinos. A pecuária extensiva praticada na região tem dificultado a substituição natural das plantas velhas por novas plantas do umbuzeiro, causando a diminuição da coleta de frutos e ameaçando o próprio futuro da espécie.

Resultado de imagem para MandacaruMandacaru – é um tipo de cacto, de porte médio, muito abundante na caatinga. Sua principal característica são os espinhos grandes e pontiagudos espalhados por toda a planta e os frutos vermelhos, importante fonte de alimento para os pássaros da caatinga. São mais utilizados para ovinos e caprinos durante as secas mais severas, após a queima de seus espinhos.







Resultado de imagem para Moleque-duroMoleque-duro – forrageira de porte arbustivo das mais preferidas pelos ruminantes, especialmente os caprinos, que se alimentam de suas folhas verdes ou secas. Possui grande poder de rebrota, recuperando a densa folhagem rapidamente após as primeiras chuvas. Se destaca pelas suas belas flores brancas. Apresenta boa digestibilidade e razoável teor de proteínas nas folhas (14%). É uma das forrageiras mais importantes da caatinga para os pequenos ruminantes.




Fonte: Manejo Básico de Ovinos e Caprinos - SEBRAE