domingo, 1 de dezembro de 2013

Bioma Caatinga


O bioma Caatinga é único no mundo e ocupa no Brasil uma área de cerca de 844.453 quilômetros
quadrados, o equivalente a 11% do território nacional. Ainda pouco conhecida, a Caatinga compreende os
estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e
o norte de Minas Gerais. Rico em biodiversidade, o bioma abriga 178 espécies de mamíferos, 591 de aves,
177 de répteis, 79 espécies de anfíbios, 241 de peixes e 221 espécies de abelhas. Cerca de 27 milhões de
pessoas vivem na região, a maioria dependente dos recursos do bioma para sobreviver. A Caatinga tem
um imenso potencial para a conservação de serviços ambientais, uso sustentável e bioprospecção que,
se bem explorado, pode ser decisivo para o desenvolvimento da região e do país. A biodiversidade da
Caatinga ampara diversas atividades econômicas voltadas para fins agrosilvopastoris e industriais, especialmente
nos ramos farmacêutico, de cosméticos, químico e de alimentos (MMA, 2012d).
Apesar disso, o bioma tem sido desmatado de forma acelerada, devido principalmente ao consumo
de lenha nativa, explorada de forma ilegal e insustentável, para fins domésticos e indústrias, mas
também em função do sobrepastoreio e da conversão para pastagem e agricultura. Frente ao avançado
desmatamento que chega a 46% da área do bioma, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, o
governo busca concretizar uma agenda de criação de mais unidades de conservação federais e estaduais,
além de promover alternativas para o uso sustentável da sua biodiversidade, por meio de projetos apoiados
pelo Fundo Clima – MMA/FUNBIO e do Fundo Socioambiental – MMA/Caixa Econômica Federal (MMA,
2012d).
No que tange ao uso sustentável, baseado na convivência com o semiárido, destaca-se a necessidade
de ampliar a cultura ambiental, como forma de reduzir a antropização e a escassez de água, aliadas
à pressão social em decorrência do atendimento às necessidades primárias. Para além dos incrementos
sobre a agricultura familiar, importa saber como a educação ambiental se vincula a este processo. Assim,
a seleção de Boas Práticas procurou conhecer e fortalecer as experiências significativas de educação ambiental
em agricultura familiar, neste ecossistema.
Atenderam ao chamamento, organizações da sociedade civil, universidades, órgãos de governo
e microempresas, enquanto que os temas acolhidos foram educação ambiental na escola rural e geração
de renda. Nestas experiências evidencia-se a intervenção educativa para a construção de uma cultura de
convivência com o semiárido, em que a geração de renda se associa com o uso sustentável dos recursos
naturais.
As iniciativas apresentam propostas metodológicas e pedagógicas que reúnem coletivos de assentados,
agricultoras e agricultores familiares, alunos e professores, no mesmo processo pedagógico. Ressalta-
se também a forma de acompanhamento dos resultados efetivos da capacitação, onde a certificação se
dá mediante visitas técnicas e a constatação da adoção de melhores práticas, pelas famílias agricultoras.
A adoção da educação ambiental como tema central, capaz de mobilizar para a transformação de
impactos socioambientais negativos também mereceu destaque, bem como a atenção oferecida ao potencial
e aos dons das mulheres, o envolvimento das crianças, e das famílias em geral.
Vale sublinhar ainda a qualidade do conjunto das iniciativas relatadas, com contribuições significativas
em nível local e regional. Os bons resultados estimulam a continuidade e a disseminação dessas
ações educativas em agricultura familiar, voltadas à convivência com o semiárido e à valorização do bioma
Caatinga.

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